Prof. Michel Vicentine - Educador Musical

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segunda-feira, 24 de maio de 2010

Analise sobre a perspectiva pela qual o negro simboliza o povo brasileiro no filme Rio, Zona Norte de Nelson Pereira dos Santos

O filme Rio, Zona Norte (1957) de Nelson Pereira dos Santos narra a trajetória do músico afro-descendente Espírito da Luz (Grande Otelo) e traça como cenário a zona periférica pobre do Rio de Janeiro – RJ. Toda construção simbólica do filme traz como ponto essencial os conflitos sociais e a representatividade do papel do compositor Espírito da Luz sobre as classes sociais mais pobres do Brasil em meados do século XX.
A caracterização do personagem de Espírito se da à cerca das reações sobre o mundo que o entorna e sua ingenuidade. Um ponto notório é a perspectiva do personagem enquanto representante da cultura popular, mas em cima de um aspecto poético de pureza e honestidade. Compreendendo em sentido lato, podemos notar que as características de Espírito se fundem no olhar antropológico da população brasileira pobre no início do século XX. Este olhar fica mais explícito pelo fato do personagem ser afro-descendente e morar na zona norte da capital do estado do Rio de Janeiro.
Reforçando esta olhar, ligamos ao dualismo de amizades que Espírito encontra tentando vender sua arte. O primeiro Moacir (Paulo Goulart) violinista e músico erudito se traduz socialmente como culturalmente e intelectualmente erudito, mas com traços de personalidade voltado para o bem. Já o segundo Mauricio (Jece Valadão) músico de ordem popular, assim como Espírito, mas portando como essência outra classe social e se atribuindo de fatores como o aproveitamento e abuso da inocência de Espírito.
Podemos encontra traços de violência e fragilidade de uma vida na periferia carioca na morte na morte de Dorival, filho de Espírito. Em uma analise social podemos inferir que a morte de Dorival, que se traduz em tristeza pelo personagem principal, tem seu significado diluído em meio à saturação de problemas vivenciados pelo povo latente desta realidade. Até mesmo a tristeza do personagem Espírito, certa hora é traduzida com conformismo, certo como algo rotineiro e normal. Por este ponto podemos notar que este sentimento desesperança de Espírito da Luz atenua a fragilidade e muitas vezes conformismo das classes humildes brasileiras.
Ligando o filme com a história urbanística da cidade do Rio de Janeiro, podemos contemplar que a formação das favelas após a tentativa de reforma e “higienação” urbana da cidade. Grandes cortiços, entre eles o maior “Cabeça de Porco”, representavam um perigo extremo para as classes sociais elevadas. Com a derrubada do cortiço, seus moradores, em sua grande maioria negros recém “libertos”, pegam os restos de suas antigas moradias e ocupam os morros que circundam a cidade. Nos morros, que eram cheio de plantas favas, surgem os favelados. Assim a formação do ambiente pelo qual Espírito se encontra se traduz em um foco submisso, as classes socialmente mais altas. O olhar para os favelados, sempre se anexava a pontos negativos. O filme traça um caminho oposto ligando na sutileza e poesia da favela e do negro e da corrupção do branco (Maurício) na tentativa de forjar e lubridiar Espírito.
Podemos comparar o filme em questão para outra obra, mais recente “Narrador de Javé”, neste filme traça um paralelo interessante como o “Rio, Zona Norte”. O filme “Narradores de Javé” retrata uma cidade que seria destruída por decorrência da construção de uma barragem. É uma sátira política, sobre a dominação dos mais ricos e a falta do letramento ocasionando percas da identidade cultural.
No filme nota-se que a população perdeu seu direito de permanecer naquela cidade devido à falta de letramento, algo notório também no personagem de Espírito, que não consegue prosseguir com sua história como compositor por falta de conhecimento técnico. Em Javé se eles soubessem escrever não ficariam tão dependentes de uma só pessoa, assim como Espírito ficou de certa forma dependente de Maurício e Moacir.
O filme traz a tona o aspecto da dominação da indústria cultural, sobre as manifestações da cultura popular assim como a prepotência das classes mais ricas sobre os mais pobres. Pensando desta forma, concluímos que o personagem negro de Espírito da Luz, traça um longo sentido na análise comparativa da sociedade brasileira.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Aguardem I Festival de Inverno do Programa Cultural Arte na Escola



Aguardem... Apresentação das oficinas do Programa Cultural Arte na Escola Araça. Canto Coral, Flauta doce, dança, dança teatro, desenho artístico, violão e teatro.
Serão três dias de muita arte, cultura e entretenimento.
O programa cultural arte na escola araça atende aproximadamente 2800 crianças da rede municipal de ensino. A iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura tem apoio da Secretaria de Educação
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