Prof. Michel Vicentine - Educador Musical

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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Vídeo Opera German

As Novas Tecnologias e Educação Musical - Trecho de um texto de Daniel Gohn

As Novas Tecnologias e a Educação Musical

Daniel Gohn

  1. As Novas Tecnologias

O desenvolvimento tecnológico teve ampla influência na música, seja nos seus meios de produção, distribuição, ou mesmo em seus estilos e tendências. O surgimento dos meios de comunicação de massa abriram novas frentes de batalha para músicos e compositores, deixando-os então imersos no complexo sistema da indústria fonográfica, até chegarmos ao mundo atual – com computadores, gravadores multicanais e estúdios.

Provavelmente o primeiro efeito da tecnologia na música foi o aperfeiçoamento dos instrumentos, através da melhoria técnica dos luthiers – nome dado aos fabricantes artesanais de instrumentos – e experimentações com a acústica. Com instrumentos melhores a mais bem acabados pode-se chegar a um resultado sonoro mais satisfatório. Mas depois de executada a composição perdia-se no espaço e no tempo, e somente seria recuperada se mais uma vez fosse interpretada. A única forma de passar a música a outro músico era a escrita, sendo que cópias de partituras eram feitas à mão, uma por vez. O desenvolvimento viria facilitar a produção de diversas cópias de modo quase instantâneo, viabilizando assim o primeiro canal de transmissão de informação musical. Mais tarde, com o surgimento de meios de gravação, a música pode ser registrada e passada à frente com a interpretação e a sonoridade própria de cada compositor. Esse caminho evoluiu até a era digital da contemporaneidade, onde existem gravações de altíssima qualidade e já vende-se música através de redes de computadores.

A evolução tecnológica afetou até mesmo o direcionamento dos estilos da música moderna, com timbres que transformaram e revolucionaram não somente o som mas também o papel social desempenhado pelos músicos. Como exemplo podemos citar a guitarra elétrica no rock dos anos 50, com sua rebeldia e agressividade, e o uso de sintetizadores (teclados capazes de sintetizar diferentes tipos de som) na década de 80, dando origem ao que iria se chamar de "new wave", estilo leve e descontraído que tinha um forte apelo no aspecto visual. Em 1981 a MTV – Music Television – foi fundada nos Estados Unidos, marcando uma nova etapa da música popular que elevou ao expoente máximo a importância da imagem do artista. Atualmente, qualquer seja o estilo em análise, popular ou erudito, há a necessidade do som estar acompanhado da imagem. Se existe um texto sobre a vida do instrumentista, ou uma gravação de sua mais importante performance, queremos também ver seu rosto, ou talvez saber que tipo de vestimenta usa para identificar à qual tribo ele pertence.

O estabelecimento da linguagem MIDI (Musical Instrument Digital Interface) foi outra contribuição notável da ciência à música. O padrão MIDI permite conectar instrumentos eletrônicos entre si e em computadores. Tal tipo de comunicação pode ser utilizada em vários contextos, inclusive na educação.

Em resumo, a tecnologia ajudou a delinear o funcionamento das estruturas que regem a música hoje. O rádio, a televisão, o vídeo, o computador, a internet – todos tiveram um importante significado em suas respectivas épocas de surgimento. Para acompanhar a história da música é preciso compreender como ela foi afetada nesse sentido, do mesmo modo que analisamos fatores sociais, políticos ou econômicos. É preciso combater o medo do futuro que por vezes domina o cenário, medo de que as máquinas irão um dia substituir os músicos – algo não raro quando falamos no aperfeiçoamento de equipamentos eletrônicos. Como exemplo dessa "substituição" temos o amplo uso de baterias eletrônicas (ocupando o lugar de percussionistas), e teclados eletrônicos (atualmente capazes de reproduzir praticamente o som de qualquer instrumento). Porém, o que percebemos mais freqüentemente é a integração da tecnologia na realidade já existente, onde ela atua somando e facilitando, e não destruindo e complicando.

  1. As Novas Tecnologias Aplicadas à Educação Musical

Assim como em todos os outros aspectos anteriormente mencionados, a tecnologia também representa um importante personagem nos processos de educação musical. A facilitação da transmissão de informações, principalmente através da possibilidade de gravar o som e repassá-lo por meios de comunicação de massa, marcou um novo período em que o acesso à música é extremamente simples. Pode-se aprender com os grandes mestres do passado, aprender com a música vinda de países distantes, aprender com metodologias feitas por professores de renome, ou até mesmo aprender com os próprios erros. Observando as novas tecnologias aplicadas à educação musical encontramos três principais categorias – a vídeo-aula, os computadores, e a Internet.

Vídeo-aula foi o nome popular que estabeleceu-se para os vídeos comerciais voltados ao ensino da música. Uma das produtoras reconhecidas como pioneira nesse mercado é a empresa americana DCI Music Video, e como seu slogan diz ela "definiu os padrões" que hoje são seguidos por todos os seus competidores. A companhia surgiu de uma escola de música em Nova York chamada Drummers Collective, quando aulas especiais foram registradas em vídeo pelos proprietários Rob Wallis e Paul Siegel. O produto dessa experiência tornou-se disponível para encomendas pelo correio e teve enorme aceitação, e em 1983 o primeiro vídeo foi comercialmente produzido. A partir de então a vídeo-aula iria especializar-se em diferentes formatos, destinados a públicos específicos entre os estudantes de música. Como exemplo de possibilidades de organização desses formatos, temos os seguintes tópicos:

  1. Iniciantes – Vídeos com informações básicas como: qual instrumento comprar, como afiná-lo, e princípios de como tocá-lo.
  2. Artistas – O material de nível mais avançado utiliza nomes de músicos renomados para uma associação com qualidade de ensino.
  3. Assunto – O nome do professor é sempre acompanhado do assunto discutido na vídeo-aula, seja ele um estilo de música ou a análise de uma determinada técnica.
  4. História – Certos vídeos retratam a história de um estilo de música ou de um artista, marcando a trajetória de sua evolução.
  5. Performance – Vídeos baseados no registro de apresentações ao vivo, com a finalidade de perpetuar eventos ou tributos.

Já na década de 90, com a difusão do computador pessoal como artigo comum em qualquer residência, novos recursos foram colocados à disposição do aprendiz de música. É importante ressaltar que o computador não só era outro meio de divulgação de informação, mas também oferecia uma alta interatividade do usuário para com a máquina. CD-Roms foram especialmente criados para aproveitar esse mecanismo, colocando sob o controle do aluno exercícios que antes exigiam a presença de uma segunda pessoa. Como exemplo temos o treino da percepção rítmica, melódica e harmônica, ou seja, o reconhecimento de ditados envolvendo ritmos, melodias simples e acordes musicais. O treino da percepção é baseado na repetição contínua dos exercícios, e programas de computador atuam como mestres incansáveis e infalíveis, características necessárias nas áreas onde a música torna-se uma ciência exata. Além disso, o computador permite a realização de gravações caseiras de qualidade digital, podendo-se dessa forma exercitar uma série de outros quesitos dentro da educação da música.

Entretanto, a maior contribuição do computador à educação musical ocorre quando surge a Internet. Sendo uma rede de redes, o gigantesco volume de material disponibilizado inclui páginas de referência, e sites especializadas em determinados artistas, instrumentos, ou estilos de música. Existem aquelas destinados a educadores, com sugestões para o planejamento de aulas, e outras com a intenção de atingir diretamente o aluno, com atividades e testes em vários níveis. É fundamental entender à qual grupo se dirige a informação, seja ele infantil, de educadores, de músicos profissionais, ou aberto à população em geral.

Os recursos de hipertexto oferecem uma ótima oportunidade para o ensino da história da música e de seus instrumentos. Links com exemplos ilustrativos de imagens e áudio podem ajudar na explicitação da evolução histórica de estilos, assim como a diferenciar o som de cada instrumento. A grade da partitura de uma peça pode ser colocada na tela enquanto ela é interpretada, e o ouvinte tem a opção de escolher quais instrumentos irão participar, adicionando-os um a um até chegar à orquestra completa. Este uso sincronizado de áudio com o acompanhamento da partitura resulta em novas formas de estudo, além de desenvolver a leitura musical em um contexto não tradicional.

Muita informação musical é disponibilizada através da Internet, mas ainda falta uma melhor organização dentro da rede. Uma sugestão seria a criação de "portais" que direcionassem o internauta a páginas dentro de seu nível de compreensão e interesse em cada assunto. Faltam cursos online com professores que possam estimular o raciocínio e resolver problemas. Faltam listas de discussão mais específicas dentro de questões musicais, e faltam sites que objetivem a preservação histórica da música brasileira. É essencial que os esforços para o progresso do uso da Internet caminhem nesse sentido, procurando sanar deficiências e aumentando a qualidade e a amplitude dos serviços da rede.


Extraído de http://cdchaves.sites.uol.com.br/educamusical.htm

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

D'Accord nas Escolas - Educação musical com tecnologia

Proposta de Ensino Musical

http://www.youtube.com/watch?v=Zf4-gDsz69A

“O papel da inclusão digital no processo educativo”


Nosso planeta possuí uma infinidade de culturas, valores e convenções que alimentam a rica história da humanidade. Toda essa riqueza perde o valor quando tratamos do conceito desigualdade social existente nos abismos profundos que separam a minoria rica da grande maioria pobre. Este aspecto se torna mais acentuado quando relacionamos desigualdade social com o acesso a educação com qualidade e a inclusão digital.
No Brasil 75,1% dos indivíduos que acessaram a internet em 2005 então na faixa etária dos 10 aos 24 anos, sendo que 29,8% estão na faixa etária dos 14 anos. Considerando que o aluno em idade escolar obrigatória pela Constituição Federal está entre 06 à 14 anos (Ensino Fundamental), o número de acesso é alto. Mas será que este acesso foi filtrado para um benefício de construção de conhecimento? E na escola, o acesso a recursos digitais está sendo efetivado? Existem hoje no Brasil e principalmente nos estados da região Sul e Sudeste, tentativas de dar acesso digital aos estudantes; laboratórios de informáticas foram montados, acesso a cursos de informática e linguagem digital, em alguns municípios como o caso de Alumínio – SP, a linguagem digital é matéria obrigatória em toda a educação infantil e ensino fundamental. Mas e o resto do pais?
O problema da inclusão digital aliada a educação de qualidade está ligada ao fato da inclusão social ainda ser um paradigma a ser quebrado. O brasileiro longe dos centros urbanos, ainda se sente longe do conhecimento “analógico!” e digital. O acesso a meios de informação digitais podem ser a ponte entre o abismo social que existe em nosso país, pois o conhecimento que poderá ser gerado poderia alterar de forma positivas comunidades em todo país. Mas como isso pode chegar para toda a população?
Se analisarmos a história da humanidade veremos que toda nova invenção obteve demora para dar acessibilidade, de uma forma global, a população. A internet se espalha de forma muito rápida no mundo inteiro, mas as proporções ainda atingem apenas a uma minoria mais rica. Um exemplo disso é a Índia que possui apenas 4,5% da população conectadas a mundo digital sendo um dos maiores pólos de produção de equipamentos para efetivação da cultura digital.
Na educação brasileira é necessário um investimento em equipamentos para todos, mas também na capacitação docente para utilizar estes mecanismos. A rede estudantil municipal de uma cidade do oeste paulista houve investiu trezentos mil reais na aquisição de computadores, notebooks para todos os alunos e lousas digitais. O investimento foi muito válido mas não efetivo, pois a maioria dos professores não conheciam a linguagem digital. São raros os cursos de formação de professores onde se incluí a linguagem digital e a inclusão digital para futuros docentes.
Para que haja uma efetivação nas políticas de inclusão digital, precisaria um investimento na formação de professores para a atuação nesta área. Além de um apoio para retirada de algumas regiões dos vales sociais e digitais. Só assim poderemos usufruir dos meios digitais nas escolas de uma forma ativa. Acessibilidade.
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